A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) indica a quantidade de oxigênio consumida nos processos biológicos de degradação da matéria orgânica no meio aquático. A DBO de uma amostra de água é geralmente medida em laboratório, por meio de um bioensaio no qual é medido o consumo do oxigênio pelos microrganismos presentes nas amostras de água em condições controladas. A DBO é um bom indicador da poluição por cargas orgânicas nos corpos hídricos.
Esgotos domésticos são ricos em matéria orgânica e a DBO é alta em
águas que recebem estes efluentes. O tratamento dos esgotos é bastante
eficiente na redução da DBO e nas estações de tratamento os
microrganismos degradam a matéria orgânica antes dos efluentes tratados
serem lançados nos rios e em outros corpos receptores. Quando altos
valores de DBO são detectados pelo monitoramento da qualidade de água
nos rios, há um forte indicativo de impactos por efluentes sanitários no
trecho monitorado.
Os dados aqui apresentados foram fornecidos pelas redes de monitoramento operadas por órgãos gestores de recursos hídricos das Unidades da Federação (UFs). A quantidade de pontos de monitoramento da qualidade da água nas UFs varia bastante no Brasil. A produção de informações hidrológicas, como as de qualidade da água, é fundamental para a gestão dos recursos hídricos.
A tabela abaixo mostra o número de pontos de monitoramento em cada UF com pelo menos uma observação de DBO entre 2010 e 2023.
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Mín. | Quartil 1 | Mediana | Média | Quartil 3 | Máx. |
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0 | 2 | 2 | 6,6 | 4 | 7880 |
Ao nível das Unidades da Federação, a distribuição espacial dos pontos de monitoramento prioriza os locais de interesse para a gestão da qualidade da água dos rios e lagos. Questões logísticas relacionadas com a coleta de amostras de água também são levadas em consideração pelos operadores das redes para a distribuição dos pontos no território.
O mapa abaixo mostra a localização dos pontos de monitoramento com observações de DBO. Ao clicar nos pontos, o mapa interativo traz informações sobre o início e fim da série e o número de observações (n) de DBO no período analisado.
A quantidade de observações da concentração de DBO depende de quando a coleta de amostras teve início e fim, da frequência das coletas e da continuidade desta atividade. Geralmente, mais observações representam estatísticas mais confiáveis sobre a situação dos trechos monitorados.
Médias das concentrações de DBO (mg/L) para os pontos de monitoramento com, pelo menos, 10 observações no período. No mapa abaixo, as cores mais escuras indicam trechos de rios em situação mais crítica em termos de DBO.
De acordo com os padrões do enquadramento de corpos hídricos, a concentração máxima de DBO para águas de Classe 1 é 3 mg/L; para Classe 2 é 5 mg/L e para a Classe 3 é 10 mg/L. (Res. CONAMA nº 357/2005).
No mapa abaixo, são apresentados os pontos de monitoramento e respectivas frequências percentuais de desconformidade das concentrações de DBO com os padrões de qualidade previstos as respectivas classes de qualidade definidas para o trecho em que se encontra o ponto. As cores mais escuras apontam os trechos onde a concentração de DBO fica mais frequentemente em desconformidade com a classe do trecho.
Para esta análise, os padrões de qualidade da classe 2 foram considerados para pontos localizados em trechos não enquadrados por um normativo específico e trechos para os quais não temos informações sobre o enquadramento. Para os trechos enquadrados na classe especial, nos quais devem ser mantidas as condições naturais da qualidade da água, foram considerados os critérios da classe 1.